Dois minutos. Foi o tempo necessário para a aprovação do Plano
Nacional de Educação (PNE), na tarde desta quarta-feira (27), na Comissão
de Educação, Cultura e Esporte (CE), com a presença de cinco
parlamentares, e a ausência do líder do governo no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM).
O relator da matéria na comissão, senador
Alvaro Dias (PSDB- PR) justificou a rapidez da decisão em uma frase:
- A oposição foi mais pontual.
Comissão
Já o presidente da CE, senador Cyro Miranda
(PSDB-GO), disse que cumpriu o regimento. Segundo ele, como os demais
interessados se atrasaram, não houve discussão e o relatório do projeto (PLC 103/2012) foi
votado e aprovado. Cyro ainda criticou a ausência de Eduardo Braga nas sete
audiências em que foram ouvidas 35 pessoas de todos os setores da
educação.
- Não vi Vossa Excelência em nenhuma dessas
audiências - disse.
Eduardo Braga rebateu reclamando que na
reunião desta quarta-feira não foi distribuído e nem lido o adendo ao relatório
apresentado por ele no início da semana. E ainda condenou a aprovação de um
pedido de urgência para votação do projeto no Plenário, sem a quantidade de
assinaturas necessárias, um total de 27.
- A lista de presença foi assinada pela
manhã. Não é correto o que aconteceu na Comissão de Educação - reiterou.
Segundo Braga, agora, com as emendas, a
matéria corre o risco de não passar na Câmara nos Deputados.
- Diante da posição que os deputados têm
adotado em relação aquilo que fazemos no Senado, significa dizer que estaremos
construindo algo para não acontecer - afirmou.
Plano
O PNE é composto de 14 artigos com 20
metas. O plano tem duração de dez anos e traz, entre suas diretrizes, a
erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar.
O parecer do senador Alvaro Dias foi
apresentado e debatido na semana passada, com pedidos de vista. Das 92
emendas, 44 foram acatadas total ou parcialmente.
Para Alvaro Dias, falhou a estratégia
do governo em retirar do texto a exigência do cumprimento das metas. O senador
propôs, por exemplo, condicionar o repasse de recursos ao pagamento do piso
salarial do professor, uma das 101 modificações que fez no
projeto. Ele citou outros pontos divergentes.
- Tribunal de Contas para avaliar o
desempenho, a própria presidência da República prestando contas anualmente, e
questões essenciais, como a do ensino especial e a inclusão educacional - disse
o relator.
A meta 15, sobre os recursos para o ensino
público, é outra fonte de discordância. O texto aprovado garante o
financiamento preservando os programas existentes.
- Se ficássemos com o plano do governo,
seria um plano de intenções, que ficaria no papel, seria letra morta, e não
teríamos avanço algum no sistema educacional - afirmou.
Fonte: Agência Senado